Os pólipos gástricos são pequenas lesões gástricas, assintomáticos na maioria dos casos, e são diagnosticados por acaso durante a endoscopia digestiva alta.

Este é o método mais seguro e eficiente para o diagnóstico desses pólipos, que na maioria dos doentes não apresenta sintomas característicos.

Os pólipos gástricos são massas de células que se formam na mucosa (revestimento interno) do estômago em razão de crescimento anormal dessas células; são identificados em cerca de 6% das endoscopias digestivas altas, sendo a maioria (70% – 90%) pólipos de glândulas fúndicas (PGFs) ou pólipos hiperplásicos.

Na sua maioria são baixos e planos, e com tamanho pequeno (< 1 cm).

Pólipos de glândulas fúndicas (PGFs)

São os mais comuns. Em sua grande maioria, são achados de exame. Mais comumente presente em mulheres de meia idade, podendo ser únicos ou múltiplos. Porém podem estar associados a Polipose Adenomatosa Familiar (PAF), principalmente em pacientes mais jovens.

Há uma associação importante de Inibidores de bomba de prótons (omeprazol e derivados) com os PGFs, sendo que seu uso por mais de 5 anos aumenta o risco do aparecimento em até 4 vezes, e a suspensão pode regredir o quadro.

–  Inibidores da bomba de prótons são drogas que reduzem a produção de ácido no estômago.

A presença de displasia (alteração pré-maligna) é extremamente rara nos casos de PGF esporádicos. Não há descrição de evolução para câncer gástrico. Porém, a análise histopatológica (biópsia ou polipectomia) deve ser sempre realizada, confirmando o achado.

Pólipos hiperplásicos

Ao contrário dos PGFs, estes pólipos estão associados ao aumento do risco de câncer gástrico, já que elementos displásicos e neoplasia focal podem ser encontrados em 5%-19% destes, principalmente naqueles maiores que 1,0 cm ou do tipo pediculados.

Por isso, alguns protocolos recomendam a remoção (polipectomia) de todos os pólipos hiperplásicos gástricos maiores que 0,5 cm a 1 cm.

Os pólipos hiperplásicos estão fortemente ligados a distúrbios que inflamam ou irritam o estômago, como gastrite crônica, gastrite pela bactéria H. pylori. Se a bactéria estiver presente e for tratada com sucesso, os pólipos hiperplásicos regridem, na maioria dos pacientes.

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Pólipos adenomatosos

Possuem potencial maligno e devem ser removidos endoscopicamente.

Durante seguimento, a recorrência após ressecção tem sido reportada em torno de 2.6%, e a presença de neoplasia gástrica em 1.3%. Recomenda-se endoscopia de controle 1 ano após ressecção de pólipo adenomatoso, com posterior seguimento endoscópico a cada 3-5 anos.

Dr. Leonardo Correa Silva – Médico endoscopista


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