Argônio é o gás nobre mais abundante em nosso planeta; pertence à classe dos gases inertes que não participam de reações químicas. A maior quantidade de gás argônio se encontra na mistura gasosa do ar atmosférico e constitui 0,93% do volume do ar que respiramos.
A coagulação por plasma de argônio é um procedimento médico endoscópico indicado para controlar o sangramento de certas lesões no trato gastrointestinal. Pode ser administrado durante a endoscopia alta ou colonoscopia.
O procedimento combina uma corrente monopolar com o gás argônio para obter a coagulação. O gás é ionizado por meio de uma faísca de alta voltagem liberada na extremidade do cateter, aplicando, desse modo, o plasma de energia no tecido adjacente.
Sangramento crônico, que pode levar à anemia, é uma das indicações mais precisas para o procedimento de coagulação por plasma de argônio.
As afecções mais frequentes de sangramento digestivo crônico são:
1. Ectasia vascular ou angiodisplasia: é uma malformação dos vasos sanguíneos do tubo digestivo que se tornam largos, com paredes finas e frágeis, assumindo aspecto tortuoso; no cólon possuem tamanho entre 0,5 e 1,0 cm, mas no estômago possuem tamanho maior. A hemorragia apresenta‐se na maioria das vezes de forma intermitente, com anemia e/ou sangue oculto positivo nas fezes, e menos frequentemente sob a forma de hemorragia manifesta.
2. Retopatia ou proctopatia actínica: desencadeada pelo tratamento radioterápico dos cânceres pélvicos, como próstata e útero. Quando o paciente apresenta a lesão, esta pode ser aguda, de início rápido e transitório, ou crônica, que inicia mais de três meses após a radioterapia.
Como é feito o procedimento?
Por Endoscopia Digestiva Alta ou Colonoscopia sob sedação. Um cateter é passado através do canal de trabalho do endoscópio indo até a região a ser aplicada. É disparada uma corrente elétrica simultânea ao gás argônio. Quando ambos se encontram na ponta do cateter, próximo à mucosa, formam um plasma de coagulação que cauteriza o tecido aplicado.
São realizadas de 2 a 4 sessões com intervalos de 4 a 8 semanas. A depender do número de lesões a serem tratadas ou à extensão da doença. Apenas após a primeira sessão e a resposta ao tratamento é possível estimar o número de sessões necessárias.O preparo para o procedimento – por endoscopia alta ou colonoscopia – será de acordo com a localização da lesão.
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