SEGURANÇA DO PACIENTE
Silvia Heringer Leal Vieira
Enfermeira responsável técnica na Gastroclinic
COREN SP 180.206
• Título de especialista em Qualidade e Segurança do Paciente pelo centro de ensino e pesquisa Sírio-Libanês.
• Especialista em gestão dos serviços hospitalares pelo centro educacional Albert Einstein
• Cursando MBA em Qualidade em Saúde: Gestão e acreditação pela Faculdade Paulista de Ciências da Saúde.
As Metas Internacionais de Segurança do Paciente têm como objetivo principal promover a segurança constante do paciente assistido nas Instituições de Saúde.
Já nos primeiros relatos médicos, Hipócrates (460 a 370 a.C.) descreveu primum non nocere, que significa – primeiro não cause um dano. O pai da Medicina tinha a noção, desde essa época, que o cuidado poderia causar algum tipo de dano. Ao longo da história, outros personagens contribuíram com a melhoria da qualidade em saúde, sendo possível conhecer a importância da transmissão da infecção pelas mãos, da organização do cuidado, da criação de padrões de qualidade em saúde, da avaliação dos estabelecimentos de saúde, da variabilidade clínica e da medicina baseada em evidência.
A partir da divulgação do relatório To Err is Human do Institute of Medicine no ano de 2.000, o tema segurança do paciente ganhou relevância. Esse relatório se baseou em duas pesquisas de avaliação da incidência de eventos adversos em revisões retrospectivas de prontuários, realizadas em hospitais de Nova York, Utah e Colorado. Nessas pesquisas, o termo evento adverso foi definido como dano causado pelo cuidado à saúde e não pela doença de base, que prolongou o tempo de permanência do paciente ou resultou em uma incapacidade presente no momento da alta; foi apontado que cerca de 100 mil pessoas morreram em hospitais a cada ano vítimas de efeitos adversos. Essa alta incidência resultou em uma taxa de mortalidade maior do que as atribuídas aos pacientes com HIV positivo, câncer de mama ou atropelamentos.
“O cuidado à saúde, que antes era simples, menos efetivo e relativamente seguro, passou a ser mais complexo, mais efetivo, porém potencialmente perigoso.” Chantler, C
No ano de 2.006 a Organização Mundial da Saúde, juntamente com a Joint Commission International, percebeu a importância da criação dessas 6 Metas Internacionais de Segurança do paciente visando instituir padrões globais e com isso aumentar a segurança do paciente em todas as Instituições de Saúde. Essa prática está baseada em estudos de nível internacional e quando aplicadas corretamente garantem um cuidado e uma assistência amplamente seguros.
As 6 Metas são:
1º – Identificação correta do paciente Refere-se a identificar corretamente o paciente (Pulseira de Identificação), evitando erros e/ou danos. É o 1º passo para uma assistência segura e efetiva.
2º – Comunicação Efetiva O Instituto Brasileiro de Segurança do Paciente aponta que 70% dos problemas ocorridos em hospitais e clínicas referem-se aos ruídos na comunicação. A perda de dados importantes relacionados ao tratamento e cuidado do paciente, são os causadores desses problemas em sua maioria.
3º – Medicação Segura A prevenção dos erros na administração de medicamentos é o foco dessa meta. Práticas padronizadas como checagem da identificação do paciente, da prescrição médica e a realização do preparo e administração dos medicamentos mediante a dupla checagem, quando se trata de medicações de alta vigilância e preparo das medicações beira-leito devem ser adotadas para o alcance desse objetivo.
4º – Cirurgia Segura Essa meta aplicada impede que ocorram falhas antes, durante e após as cirurgias ou exames. Um checklist é aplicado para a verificação dos dados do paciente e do procedimento que será realizado, bem como, o preparo correto, cirurgia ou exame corretos.
5º – Higienização das mãos A higienização das mãos tem como eixo principal a prevenção e o controle da disseminação de infecções relacionadas à assistência à saúde, tanto para o paciente, quanto para todos os profissionais envolvidos nos seus cuidados.
6º – Reduzir o risco de quedas e lesão por pressão As quedas são eventos que podem causar lesões graves e até a morte e por isso precisam ser evitados. A identificação precoce dos pacientes em alto risco para queda, é uma medida simples de prevenção, que leva a resultados positivos. Essa prática também abrange a prevenção de lesão por pressão, que diante dos riscos identificados precocemente podem ser evitados e o paciente beneficiado.
A conscientização das instituições de saúde frente a importância das Metas Internacionais de Segurança do Paciente é fundamental.
O objetivo da Gastroclinic é assegurar e garantir que todos os nossos pacientes recebam uma assistência e um cuidado seguros, tendo como prioridade cumprir integralmente essas metas.