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Esôfago de Barrett

Quem foi Norman Rupert BARRETT? (1903–1979)

Cirurgião australiano que em 1950, quando publicou seu artigo mais famoso, iniciou a discussão a respeito de refluxo gastroesofágico, possíveis disfunções na anatomia da transição esofagogástrica e o processo inflamatório motivado por essas alterações.

O que é Esôfago de Barrett?

O Esôfago de Barrett é uma condição na qual o revestimento (mucosa) do esôfago muda, tornando-se como o revestimento do intestino delgado. Isso ocorre na área onde o esôfago se une ao estômago.

Acredita-se que o principal motivo do desenvolvimento do esôfago de Barrett seja por causa da inflamação crônica resultante da Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE).

O esôfago de Barrett é mais comum em pessoas que tiveram a DRGE por um longo período ou que a desenvolveram em uma idade mais jovem.

É interessante que a frequência ou a intensidade dos sintomas da DRGE, como azia, não afeta a probabilidade da evolução para esôfago de Barrett.

A maioria dos pacientes com Esôfago de Barrett não irá desenvolver câncer. Em alguns, no entanto, uma alteração pré-cancerosa no tecido, chamada displasia (discutida adiante), pode se desenvolver. Essa mudança pré-cancerosa sim, tem a probabilidade de progredir para um câncer de esôfago.

Até o momento, o diagnóstico do Esôfago de Barrett é realizado por endoscopia, que ao detectar uma alteração no revestimento (mucosa) do esôfago, direciona a biópsia no local.

O diagnóstico definitivo do Esôfago de Barrett requer essa confirmação por biópsia da área suspeita

Estou em risco de câncer de esôfago?

Existem dois tipos principais de câncer de esôfago: câncer de células escamosas e adenocarcinoma do esôfago. O câncer de células escamosas tem maior incidência em indivíduos que fumam, usam produtos de tabaco ou bebem álcool.

Outro tipo, o adenocarcinoma do esôfago, está relacionado aos portadores de Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE). Também é muito comum em homens brancos com aumento de peso corporal. O adenocarcinoma do esôfago vem aumentando em frequência.

Como é o diagnóstico do Esôfago de Barrett?

A endoscopia digestiva alta permite que o médico veja se há uma alteração no revestimento (mucosa) do esôfago. Se houver suspeita da doença, uma amostra de tecido (uma biópsia) será coletada para fazer um diagnóstico definitivo.

A cápsula endoscópica é outro método para avaliar o esôfago. Nesse exame, o paciente engole uma cápsula de vídeo do tamanho de uma pílula que passa naturalmente pelo trato digestivo enquanto transmite imagens para um gravador de dados preso a um cinto, usado pelo paciente.

Apesar de ser um exame menos invasivo, o médico não pode colher uma amostra do tecido para biópsia.

A biópsia realizada no exame de endoscopia digestiva alta permite a confirmação do diagnóstico, bem como procurar alterações da mucosa com potencial de displasia, nem sempre possíveis de serem determinadas apenas na aparência endoscópica.

Quem deve ser investigado para o esôfago de Barrett?

É uma doença duas vezes mais comum em homens que em mulheres. Tende a ocorrer em homens brancos de meia-idade que sofrem de azia há muitos anos. Não há acordo entre os especialistas sobre quem deve ser rastreado. Mesmo em pacientes com azia, o Esôfago de Barrett é incomum e o câncer de esôfago é raro. Uma recomendação é rastrear pacientes com mais de 40 anos de idade que tiveram azia significativa ou que necessitaram de uso regular de medicamentos para controlar a azia por vários anos. Como as indicações são específicas e podem ser alteradas, você deve consultar o seu médico sobre as recomendações mais recentes.

Como é tratado o Esôfago de Barrett?

Ressecção endoscópica

Medicamentos e/ou cirurgia podem efetivamente controlar os sintomas de refluxo. No entanto, nem medicamentos nem cirurgia para DRGE podem reverter a presença do Esôfago de Barrett ou eliminar o risco de câncer. Existem alguns tratamentos disponíveis que podem destruir o tecido de Barrett. Esses tratamentos podem diminuir o desenvolvimento de câncer em alguns pacientes e incluem técnicas endoscópicas e terapias ablativas: por radiofrequência, com coagulação por plasma de argônio e coagulação multipolar, energia fria (crioterapia) ou o uso de produtos químicos leves e especiais (terapia fotodinâmica).

Terapia de ablação por radiofrequência

É necessário discutir a disponibilidade e a eficácia desses tratamentos com seu gastroenterologista para ter certeza de que você é um candidato. Existem riscos potenciais desses tratamentos e eles podem não beneficiar a maioria dos pacientes com Esôfago de Barrett.

O que é displasia?

A displasia (células com problemas) é vista como um pré-câncer. Distinguimos entre displasia de baixo grau e displasia de alto grau. Essa distinção indica o grau de “inquietação” nas células. A displasia de alto grau é mais agitada do que a displasia de baixo grau. Por fim, as células problemáticas no esôfago de Barrett podem degenerar em câncer de esôfago, o chamado adenocarcinoma.

Se a displasia for confirmada, seu médico poderá recomendar endoscopias mais frequentes ou um procedimento que tente destruir o tecido alterado, ou até mesmo uma cirurgia, pode ser indicada. É importante enfatizar que apenas um pequeno grupo de pacientes com Barrett (menos de 5%) realmente desenvolve câncer de esôfago, mas a vigilância nos casos de displasia deve ser constante.

Sem displasia - Displasia de baixo grau - Displasia de alto grau - Câncer

Se eu tiver esôfago de Barrett, com que frequência devo fazer uma endoscopia para verificar se há displasia?

O risco de desenvolver câncer de esôfago em pacientes com esôfago de Barrett é bastante baixo e portanto, o diagnóstico da doença não deve ser motivo de alarme.

É, no entanto, um motivo para realizar exames periódicos de endoscopia digestiva alta com biópsia do tecido suspeito de Barrett. O intervalo dos exames endoscópicos pode variar de seis meses há três anos, de acordo com a presença ou não de displasia, sempre em acompanhamento com o gastroenterologista para definir a melhor conduta.

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